Os inossilicatos são os silicatos onde a sílica polimeriza em forma de cadeias. Os tetraedros de SiO4 são ligados compartilhando oxigênios com os tetraedros adjacentes, gerando cadeias simples ou duplas. Na estrutura de cadeia simples, dois dos quatro oxigênios em cada tetraedro são compartilhados com os tetraedros vizinhos, dando origem a uma razão de Si:O de 1:3. Enquanto que na estrutura em cadeia dupla metade dos tetraedros compartilham três oxigênios e a outra metade somente dois (com uma relação de Si:O de 4:11).

Os dois tipos de estrutura originam dois importantes grupos de minerais formadores de rocha ferro-magnesianos:os piroxênios (espécies de cadeias simples) e os anfibólios (espécies de cadeias duplas). Estre os dois grupos existem muitas similaridades nas propriedades cristalográficas, físicas e químicas; mas pela diferença na distribuição espacial das cadeias, os ângulos resultantes de clivagem são diferentes. Embora a maioria dos piroxênios e anfibólios seja monoclínica, ambos grupos possuem membros ortorrômbicos, dependendo do tamanho dos cátions que ocupam os sítios na estrutura cristalina. Composicionalmente, a presença de (OH) nos anfibólios é a diferença mais notável. Embora as propriedades físicas das espécies análogas sejam semelhantes, a presença de (OH) nos anfibólios lhes confere, em geral, densidade relativa e índice de refração um pouco mais baixos em relação aos piroxênios equivalentes. Além disso os cristais têm hábitos diferentes: os piroxênios geralmente ocorrem como prismas curtos, enquanto os anfibólios tendem a formar cristais mais alongados, frequentemente aciculares.

As condições de formação determinam a estrutura dos inossilicatos: os piroxênios cristalizam em temperatura mais alta que os anfibólios análogos. Os piroxênios se formam antes no resfriamento das fusões ígneas e também ocorrem em rochas metamórficas de alta temperatura, ricas em Mg e Fe. Em presença de água na fusão ou como fluido metamórfico, o piroxênio formado inicialmente pode reagir com o líquido em mais baixa temperatura e formar o anfibólio. Em condições de metamorfismo progressivo, o anfibólio desidrata e forma piroxênio e em condições de retrometamorfismo, o piroxênio também hidrata e forma anfibólio.

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