Os anfibólios são o grupo de inossilicatos hidratados constituídos por cadeias duplas de tetraedros de sílica. Os minerais mais comuns da família cristalizam-se nos sistemas ortorrômbico e monoclínico. O grupo apresenta alto paralelismo com o grupo dos piroxênios, em relação à composição. O melhor jeito de diferencia-los é a clivagem (produto da diferença estrutural entre cadeias duplas nos anfibólios e simples nos piroxênios), sendo melhor nos anfibólios e apresentando ângulos próximos de 56º e 124º. Nos anfibólios, pelo compartilhamento de oxigênios nas cadeias duplas, a relação de silício para oxigênio é de 4:11.
As principais variedades são: a antofilita ((Mg,Fe)7(Si8O22)(OH)2); a serie da tremolita (Ca2Mg5(Si8O22)(OH)2) onde o Fe2+ pode substituir o magnésio em até 2% (na actinolita); a serie da cummingtonite ((Mg,Fe)7(Si8O22)(OH)2 e Fe7(Si8O22)(OH)2); o grupo dos anfibólios de sódio (Na2Mg3Al2Si8O22(OH)2 e Na2Fe32+Fe23+Si8O22(OH)2); e a hornblenda ((Ca,Na)2-3(Mg,Fe,Al)5Si6(Si,Al)2O22(OH)2).
Os anfibólios tem como fórmula geral W0-1X2Y5Z8O22(OH,F)2, e sua estrutura pode ser imaginada como se fosse constituída de cadeias duplas infinitas e paralelas de silício-oxigênio, estendendo-se na direção do eixo c, unidas por ligações iônicas através dos cátions presentes. A alternância de ligações dos tetraedros de sílica entre as duas cadeias que formam a cadeia dupla, é o que gera a estrutura fundamental dos anfibólios.
Pode-se notar que a estrutura e a composição química dos anfibólios, são mais complexas do que no caso dos piroxênios, isto devido a sua maior polimerização de sílica e a presença de água no retículo cristalino. Na cristalização ocorrem simultaneamente uma grande quantidade de substituições totais ou parciais nos sítios atômicos, motivo pelo qual os mecanismos de substituição são muito estudados.
Classificação | Inossilicatos | Fórmula Química | W0-1X2Y5Z8O22(OH,F)2 |
Dureza | 5 – 6 | Brilho | Vítreo na maioria das espécies. Variedades fibrosas apresentam brilho sedoso. |
Cor | Muitas variedades apresentam cores escuras com matizes de verde a castanho, azul ou preto. Na serie da tremolita a cor varia de braco ao verde claro com o aumento da quantidade de ferro. | Composição | A fórmula geral é: W0-1X2Y5Z8O22(OH,F)2. Onde W: Na+ e K+; X: Ca2+, Na+, Mn2+, Fe2+, Mg2+ e Li+; Y: Mn2+, Fe2+, Mg2+, Fe3+, Al3+, e Ti4+; Z: Si4+ e Al3+. W, X, Y e Z representam diferentes sítios atômicos ocupados. |
Cristalografia | Ortorrômbico (antofilita) e monoclínico. | Classe | 2/m 2/m 2/m na antofilita e 2/m nas variedades monoclínicas. |
Hábito | Colunar (prismático), lamelar, fibroso, acicular radial, agregados colunares radiados. | Clivagem | Perfeita em {110} ({210} na antofilita), formando ângulos de 120º e 50º, aproximadamente. |
Fratura | Densidade relativa | 2,9 – 3,6 | |
Propriedades Ópticas | Biaxial negativo ou positivo, segundo a variedade. | Propriedades Diagnósticas | Hábito, ângulo e perfeição da clivagem os diferenciam dos piroxênios. A cor pode ajudar a fazer uma distinção entre espécies de anfibólios, mas com frequência se precisa de testes químicos ou óticos. |
Associação | Em geral associados a silicatos ferro-magnesianos. A serie da Actinolita-Tremolita está associada ao quartzo, epidoto, glaucofana, pumpelita e lawsonita. A hornblenda é a variedade mais comum dos anfibólios, considerado um mineral formador de rocha, e está associada ao plagioclásio. | Ocorrência | Minerais comuns em rochas ígneas e metamórficas, pudendo ser produtos da alteração de piroxênios (hidratação). Algumas variedades podem ser indicadores das condições de metamorfismo da rocha. |
Usos | Algumas variedades fibrosas são usadas como fonte de asbesto. Outras variedades podem ser usadas como gemas ou para ornamentação. | Traço | Branco |