Equinodermos

Invertebrados de simetria pentâmera

Equinodermos do Acervo
Introdução

Os equinodermos, que incluem as estrelas-do-mar, ouriços, pepinos e lírios-do-mar, constituem um grupo complexo de invertebrados, comuns nos ambientes marinhos atuais e antigos. Os equinodermos caracterizam-se, basicamente, pela presença de um endoesqueleto formado por placas ou ossículos calcários, normalmente organizado segundo uma simetria pentâmera, na fase adulta. Além do esqueleto, que é de origem endodérmica, sendo, portanto, interno, são também feições características dos equinodermos a presença de um sistema hidrovascular e de espinhos na superfície do esqueleto. A morfologia do esqueleto na fase adulta é o elemento básico da classificação dos equinodermos fósseis, atualmente subdivididos em cinco subfilos.

Esses invertebrados ocupam, atualmente, vários nichos ecológicos bentônicos marinhos incluindo formas da epifauna (maioria) e infauna. As adaptações morfológicas demonstradas pelos equinodermos atuais servem de base para a análise morfofuncional e interpretação dos hábitos de vida de formas fósseis.

Os equinodermos constituem um filo diferenciado, cujas afinidades filogenéticas são de difícil interpretação. Similaridades larvais e embriológicas aproximam-nos dos hemicordados e cordados. As grandes diferenças nos adultos, entretanto, indicam que a separação entre equinodermes e outros metazoários celomados ocorreu possivelmente no final do Pré-Cambriano.

0 filo tem uma longa história geológica, que se iniciou, aparentemente, no Pré-Cambriano (Arkarua, da Fauna de Ediacara, do Neoproterozoico, pode ser um equinodermo). Várias classes do filo surgiram já diferenciadas no Cambriano. Diversificaram-se muito durante o Paleozóico, sendo quase extintos no fim do Permiano. Muitos grupos de equinodermos estranhos, surgidos no Paleozoico, representam diferentes experiências de ocupação do ambiente marinho bentônico.

Figura 9.1. Evolução dos equinóides irregulares durante um período de 15 milhões de anos no Jurássico inferior, mostrando as mudanças que capacitaram os equinóides a viver enterrados no substrato (Boardman et al., 1987). A forma mais antiga está a esquerda, a mais recente, a direita.

Figura 9.2. Estágios de desintegração de diferentes exoesqueletos de equinodermas.

Figura 9.3. Distribuição geológica de vários grupos de equinodermos (Clarkson, 1994).

Figura 9.4. Morfologia básica dos crinóides. A. Encrinus liliforms. B. Cyatocrinus multibranchiatus, Carbonífero inferior, EUA. Platycrinus hemisfericus. Carbonífero inferior, EUA

Figura 9.5. Blastóide espiraculado (Carbonifero inferior), Pentremites.

Figura 9.6. Equinóide regular. Observar que o ânus (periprocto) e boca (peristômio) estão no centro da testa, mas em lados diretamente

Figura 9.7. Equinóide irregular, Echinocardium cordatum (Recente) (Clarkson, 1994). Observar as diferenças na forma da testa e na posição do peristômio e periprocto em relação aos equinóides regulares.

Copiado integralmente com a autorização dos autores:

Anelli, L.E.; Leme, J.M.; Oliveira, P.E.; Fairchild, T,R. 2020. Paleontologia. Guia de aulas práticas, uma introdução ao estudo dos fósseis. Universidade de São Paulo, Instituto de Geociências, 8a ed., 104p.

*Todos os direitos do textos e figuras são reservados aos autores

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